quinta-feira, 16 de julho de 2009

Crónicas de Uma Idiota: Diário de um Aparelho (Parte 2)

Dia 1 - Sábado

Acordo às 7 da manhã depois de ter chegado a casa depois da meia noite no dia anterior e ainda ter ido ver tv, para arranjar as coisas para a praia antes de ia ao dentista. Chego ao dentista, e a montagem do aparelho foi orquestrada por uma conversa agradável sobre a incompetência do dentista em por aparelhos aos sábados! Depois fui para a praia, o que surpreendeu o dentista, já que aparentemente as outras pessoas que consultam com ele tiram o resto do dia de colocação de aparelho para ir chorar o triste destino, ou sei lá o quê.
Fui almoçar à Casa das Sopas, já que o dentista me disse que sólidos nos primeiros 4 dias era um não-não, pelo que comi uma canja e uma salada de frutas com gelatina, tendo desistido de comer a maçã e a laranja (sim, a laranja). A primeira refeição pós aparelho só me deu a alegria de tirar o sabor a aço enferrujado da boca. O resto do dia passei a cerelac e creio que uma torrada que comi quase sem mastigar.

Dia 2 - Domingo

Ok, neste dia parece que ainda me doeu mais que no primeiro. A alimentação foi aveia, leite, ovo e gelado. Pior que isso, fartei-me de passear, o que foi muito divertido, não fosse a minha incapacidade de fechar a boca, quanto mais comer algo que não fosse absolutamente mole/líquido. Antes de me deitar pensei "devia comer qualquer coisa", mas a ideia de mais leite, ou comida para bébés deu-me a volta ao estômago.

Dia 3 - Segunda

Acordo pelas 8 para ir trabalhar. Começo o pequeno almoço com um pêssego a pensar "quem me dera que isto fosse uma maçã", e nisto começo a ficar tonta e pensei "se é para desmaiar vou para o sofá, aqui vou-me aleijar". E assim foi, ainda tive tempo de gritar "vou desmaiar", pelo que rapidamente me acordaram e me deram uma colher de açúcar, maçã batida com o resto do pêssego, e uma torrada que também não consegui mastigar. Depois ouvi um mini-sermão que nem parecia que a última vez que desmaiei foi aos 7 anos mas sim a semana passada. Eu percebi que passar o domingo a passear a pé durante horas quando não podia comer normalmente foi estúpido, move on.
Depois trabalho, entre as pessoas que perguntaram se cuspia a falar e a estranha felicidade de quem tem aparelho em ver outras pessoas com aparelho (ainda não percebo), o dia passou-se bem. Almocei "bem" (não quero ver ovos nos próximos 3 meses), e tirando o pico estupido que sentia na boca estava tudo bem.

Dia 4 - Terça

Ok, eu só quero um bitoque. Descubro que papaia é incrivelmente fácil de comer mesmo com aparelho. Ao almoço como bife pela primeira vez, passei a tarde com indigestão de mal ter mastigado aquilo.

Dia 5 - Quarta

Ao menos já não sinto que tenho um ovni na boca. Continuo a demorar 300 anos a comer, mas ao menos já não me dói.

Dia 6 - Quinta

Continuo a demorar 300 anos a comer. Mal me lembrei que tinha o aparelho durante o dia (excepto quando lavo os dentes). Penso em fazer exercício, não fiz nos dias anteriores, porque não estava comer o suficiente para pensar nisso. Faço metade do exercício que costumo fazer e fico-me por aí que estou longe do sofá para dar uma de desmaiada. Nem pensar que me vou pesar, só me volto a pesar quando comer o suficiente para fazer o exercício que fazia antes do aparelho.

Dia 7 - Sexta

Ok, hoje fiquei de ir jantar fora, tipo macDonalds...Mac? ok, alguém se esqueceu que eu não consigo trincar? pronto, ou peço faca e garfo para comer o hamburguer, ou um babete.

2 comentários:

Lisa disse...

Credo moçaaaaa que terror lolll
mas tem cuidadinho, q se te da pra desmaiar na rua ... é mto perigoso
bjinhos e ve o email

Estrela disse...

Olá !
Eu também tenho aparelho e as primeiras duas semanas foram horríveis. Só conseguia comer sopinha, batata cozida e bananas. Já o tenho há 7 meses e cada vez que vou ao dentista peço para o apertar porque lembro-me que quando o coloquei emagreçi.
Bem, que as dores não te impeçam de comer.
Boa sorte aí com o aparelho.

Beijinhos *